A psicoterapia é eficaz?

07-07-2021

A eficácia da psicoterapia é um tema que tem sido foco de vários estudos no decorrer dos últimos anos. Apesar de relativamente recente, o aumento considerável de investigação sobre este tema resultou num aumento de quantidade e qualidade da informação, o que, por sua vez, tornou possível afirmar inequivocamente coisas que outrora eram controversas. Entre elas, sobressai o facto de que a psicoterapia é eficaz.

Todavia, para que assim fosse, vários obstáculos tiveram de ser ultrapassados e, nesse aspeto, muito importa salientar as conclusões das múltiplas meta-análises realizadas até hoje que englobam centenas de estudos e vieram confirmar a eficácia das intervenções psicoterapêuticas. A psicoterapia tem sido consistentemente eficaz no aliviar do sofrimento psicológico em cerca de 50% dos pacientes que frequentam entre 10 a 20 sessões de psicoterapia, sendo que esta percentagem sobe para 75% no caso daqueles que frequentam entre 30 e 50 sessões. A eficácia da psicoterapia verifica-se igualmente quando comparada à condição de placebo ou situações de não tratamento, sendo que a investigação sugere que a pessoa em tratamento psicológico tem, em média, melhorias mais significativas que 80% da amostra não tratada. 

Adicionalmente, a psicoterapia é, em muitos casos, igualmente eficaz quando comparada a intervenções medicamentosas, sendo que os ganhos terapêuticos são, em regra, mais duradouros e naturalmente livres dos efeitos secundários associados à medicação. Importa igualmente referir que estes resultados são independentes da abordagem ou "escola "psicoterapêutica. Tendo em conta os resultados das meta-análises disponíveis na literatura, concluiu-se que não existem diferenças significativas em relação à eficácia entre as diferentes abordagens terapêuticas, isto é, não foi identificada nenhuma abordagem que seja significativamente e de forma consistente mais eficaz que as restantes. Desta forma, múltiplas abordagens psicoterapêuticas possuem, atualmente, bases empíricas sólidas que suportam a respetiva eficácia, tais como a abordagem psicodinâmica, cognitivo-comportamental, humanista, sistémica-familiar e existencial. 

A eficácia psicoterapêutica estende-se a um vasto conjunto de perturbações psicológicas, sendo comprovada pelos vários estudos e meta-análises focadas em perturbações específicas, tais como as perturbações de ansiedade, depressão, stress pós-traumático, perturbações psicóticas, perturbações alimentares, perturbação bipolar e perturbações de personalidade, como a perturbação obsessivo-compulsiva.

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